Da concepção tomasiana de razão nos oito primeiros capítulos da Summa Contra Gentiles

Abstract

O presente artigo apresenta a atualidade da concepção de razão elaborada por Santo Tomás de Aquino nos oito primeiros capítulos do livro I da Summa Contra Gentiles. Para tanto, ele se organiza em três seções. A primeira seção, intitulada Da concepção tomasiana de razão, estuda os conteúdos da obra em questão, buscando extrair dela os elementos que caracterizam a sabedoria para o Aquinate. A segunda seção, Da debilidade da razão pós-moderna, é um diagnóstico, ainda que simplificado, da sobrevivência da razão instrumental no cenário ideocultural coevo, mostrando sua fragilidade e suas implicâncias gnosiológicas e éticas. A terceira seção, Da razão tomasiana como proposta para a pós-modernidade, por sua vez, reinterpreta a proposição de Santo Tomás para a civilização ocidental hodierna, partindo de uma tríplice justificativa: as intuições tomasianas são pertinentes a esta pesquisa, pois garantem a irredutibilidade do valor humano, elevam a razão à atividade própria do espírito e direcionam a filosofia para um fim último transcendente e absoluto. /// This article presents the timeliness of the conception of reason elaborated by Saint Thomas Aquinas in the first eight chapters of book I of the Summa Contra Gentiles. To this end, it is organized into three sections. The first section, entitled From the Thomasian conception of reason, studies the contents of the work in question, seeking to extract from it the elements that characterize wisdom for Aquinate. The second section, On the Weakness of Postmodern Reason, is a diagnosis, albeit a simplified one, of the survival of instrumental reason in the coeval ideocultural setting, showing its fragility and its gnosiological and ethical implications. The third section, From Tomasian Reason as a Proposal for Postmodernity, in turn, reinterprets St. Thomas’s proposition for today’s Western civilization, based on a triple justification: Tomasian intuitions are pertinent to this research, since they guarantee irreducibility from human value, they elevate reason to the proper activity of the spirit and direct philosophy to a transcendent and absolute ultimate end.