Este é o livro dos mandamentos de Deus

Autores

  • Tomás de Aquino
  • Felipe de Azevedo Ramos Instituto Filosófico Aristotélico-Tomista

Palavras-chave:

Bíblia, Sagradas Escrituras, importância da Bíblia, interpretação da Bíblia, tomismo, Autoridade da Bíblia, Utilidade da Bíblia

Resumo

Título original: Hic est liber mandatorum Dei. Tradução a partir da edição: S. Thomae Aquinatis Opuscula Theologica, t. 1: Principium fratris Thomae de commendatione et partitione Sacrae Scripturae. Ed. R. A. Verardo, Marietti, Taurini-Romae, 1954, p. 435-439 (hic: 435-436). O códice original, encontrado em Santa Maria Novella, Florença em 1912 (Bibl. Cent. MS Conv. Soppr. G, 4, 36) está junto com o famoso discurso Rigans montes (cfr. Revista Lumen Veritatis, 12, 2010, p. 111-126). No início do Hic est liber está escrito: Principium fratris Thomae de Aquino quando incepit Parisiis ut baccalarius biblicus. Ou seja, seria uma aula inaugural ao começar o magistério em Paris como Bacharel bíblico (cfr. Spiazzi, Raimondo. San Tommaso d’Aquino: biografia documentata di un uomo buono, intelligente, veramente grande. Bologna: Ed. Studio Domenicano, 1995, p. 75). Contudo, a esse respeito explica J.-P. TORRELL (Iniciação a Santo Tomás de Aquino, São Paulo: Loyola, 2004, p. 63): “Seguindo sugestão de Mandonnet, até hoje todos viam nesse segundo texto a aula inaugural de Tomás, ao iniciar seu ensino de bacharel bíblico em Paris, em 1252. Ora, conforme vimos, ao que tudo indica Tomás jamais exerceu esse posto em Paris; portanto, não pôde ter pronunciado esse discurso na referida ocasião. Daí a proposição de Weisheipl de ver nesse segundo discurso o que Tomás teria pronunciado no dia de sua resumptio [primeiro dies legibilis seguinte a inceptio]. Esse texto revelase uma continuidade bastante clara do principium [Rigans montes] acima analisado, que ele completa e prolonga, e podemos desse modo ter uma idéia mais precisa do que se passou em setembro de 1256, por ocasião da entrada em regência de Tomás”. Weisheipl, por sua parte, nega que exista uma inceptio para o cargo de Bacharel bíblico e confirma também a continuidade temática do Rigans montes com o Hic est liber. O primeiro trata da sublimidade da Doutrina sagrada transmitida sabiamente do mestre aos discípulos; já o segundo trata da autoridade, imutabilidade e utilidade da Sagrada Escritura. Por fim, reitera que “estes dois discursos devem ser lidos em união de um com o outro e como parte integral da cerimônia inaugural” (WEISHEIPL, J.A. Friar Thomas d’Aquino. His life, thought, and Work. New York: Doubleday, 1974, p. 104 - trad. nossa). Por fim, este autor afirma que o Hic est liber teria sido proferido em abril ou maio de 1256 em Paris (e não em 1252).

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