Saint Bernard’s Mary: The Controversy of the Immaculate Conception
Autores
Wim Verbaal
Resumo
Saint Bernard’s Letter 174, addressed to the canons of Lyon, in which he objects to the celebration and even to the very idea of the Immaculate Conception of the Blessed Virgin, has long represented a difficulty for those seeking to reconcile this position with his reputation as a Marian saint. The present article seeks to discover his deepest motives for this opposition, examining not only the content of the letter itself, but also the context in which it was written. Juridical issues that come to light in Bernard’s correspondence with the church of Lyon during that period point to his concern having been largely a question of authority, in face of the introduction of a solemnity that as yet lacked Ecclesiastical approval. His own avowal of submission to the Church’s decision on the matter supports this explanation of his rejection of the celebration, and yet does not account for his denial of the proposed doctrine itself. It is, ultimately, an analysis of Bernard’s vision of the spiritual process of reading, to which he applies an analogy of incarnation, that provides insight into his difficulty with the idea of the Virgin’s sanctified conception, favouring that of her sanctification in the womb. Thus, his position in some way reveals his preoccupation with upholding Mary as the perfect model of reader, as developed in his spiritual writing. /// A Carta 174 de São Bernardo, dirigida aos canônigos de Lyon, na qual ele se opõe à celebração e até à própria ideia da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem, há muito representa uma dificuldade para quem procura harmonizar tal posição com a sua reputação de santo mariano. O presente artigo pretende descobrir os motivos mais profundos para a sua oposição, examinando não apenas o teor da carta em si, mas também o contexto em que foi escrita. Questões jurídicas que vêm à tona na correspondência de Bernardo com a Igreja de Lyon na época sugerem que a sua preocupação foi principalmente uma questão de autoridade, diante da introdução de uma solenidade que ainda carecia de aprovação eclesiástica. Sua declaração de submissão à decisão da Igreja sobre o assunto apoia esta interpretação de sua atitude em relação à celebração, mas não explica sua negação da própria doutrina proposta. É, em última análise, uma investigação da sua visão do processo místico de leitura, à qual Bernardo aplica uma analogia da encarnação, que ajuda esclarecer a sua dificuldade com a ideia de uma conceição santificada, favorecendo a de uma santificação in utero. De alguma maneira, seu posicionamento deixa entrever o empenho em sustentar Maria como modelo perfeito de leitora, conforme desenvolvido em seus escritos espirituais.